Algum tempo atrás lembrei do fato de que as gerações se sucedem, os séculos se sucedem, os países nem sempre são os mesmos, mas a História sempre se repete.
Esse preâmbulo é necessário para que se possa ter uma idéia razoável do que pretendo dizer.
Temos visto nos últimos anos no Brasil, fatos que nos estarrecem e nos fazem pensar justamente na História.
Na França, por exemplo, tivemos nobres que viviam nababescamente enquanto o povo morria de fome.
Na Rússia, novamente os nobres tinham tudo o que queriam, viviam com luxo, extremo conforto, sem lembrar do povo que passava necessidades, morria de fome e de doenças, sem que esses príncipes, princesas e toda a Corte deixassem de lado seus desregramentos e sua vida suntuosa.
Aqui no Brasil, desde o fim do século XIX, a nobreza, através de seus imperadores e da Corte Imperial, deixaram de existir, pelo menos de forma oficial, já que, principalmente nos últimos tempos, o que temos visto é uma burguesia deslumbrada formada por dirigentes, parlamentares etc, vivendo no mesmo fausto em que a Corte vivia, esquecendo sempre dos que não fazem parte de sua “estirpe nobre” – justamente o Povo, este tão esquecido, maltratado e sofrido povo, que paga os impostos extorsivos que lhe são impostos, que é maltratado por todos, sejam os governantes, sejam os bandidos – estes uma “estirpe paralela”, mas com os mesmos estigmas dos outros “nobres”.
Quando vemos a primeira página dos jornais, juntas, as notícias de que parlamentares dobraram seus salários, e, na mesma escalada, informam que não podem dar um aumento mínimo do salário mínimo, ou, o que é pior, esquecem dos aposentados que trabalharam – E CONTRIBUÍRAM – a vida toda e que, ao se aposentarem, têm seus proventos.já minguados, cada vez mais reduzidos, confesso, sinto vergonha de ser brasileiro, sinto medo de ser brasileiro.
Seria interessante que alguém, com um pouco mais de estudo que a maioria dos integrantes dessa “estirpe” preguiçosa, desse a eles umas lições de História, lembrasse a eles o que ocorreu quando a paciência do povo francês se esgotou e ocorreu a revolução francesa, a qual culminou com a conhecida Queda da Bastilha; que alguém lembrasse o que ocorreu quando o povo russo se revoltou e, sob o comando de um cidadão que soube aproveitar o momento de revolta para angariar adeptos, se revoltou e houve a revolução russa de 1917.
Na França, os nobres e burgueses foram degolados, passaram pelo cadafalso, foram guilhotinados; na Rússia, a corte imperial foi trucidada a tiros, facadas, as mulheres violadas, enfim uma destruição total dos “valores” de então e até mesmo do mínimo de civilização que o povo teria alcançado.
Vivemos, dia a dia, em uma caldeira fervente que pode, a qualquer momento, explodir sem controle.